quinta-feira, 4 de junho de 2015

Conto Erótico [+18] - Serra Gaúcha


Noite cinza de Março. O metro embalado na velocidade estonteante em cima dos trilhos de ferro que gritavam no meio do túnel, seguia rumo zona sul. Ferraz de Vasconcelos, ao lado de Taboão da Serra,boas lembranças, mulheres do outro lado da cidade são sempre tentações que não tem como fugir. Eu trazia comigo um vinho do sul, Cabernet Franc da serra gaucha, vinho fino tinto leve, daqueles que desce quente na garganta mas que deixa a língua refrescada, a melhor mistura de temperaturas.
As pessoas usavam casacos e ninguém mostrava as pernas, paulista é extremista, quando o tempo fecha para ele é inverno, e se abre um ponta de sol, chegou o verão. Um senhor branco feito leite, com as veias verdes e rochas sobressaltadas nas mãos e no pescoço já flácido se aproximou de mim.
- Rapaz, vinho bom esse, eu me lembro quando cheguei aqui em São Paulo.
Sua voz era grave, e ele não tinha problema nenhum de dicção, mas parecia ter lá seus setenta e poucos anos, ou mais. Se apoiava na bengala enquanto falava.
- Aqui não tinha nada, era mato, tudo mato, poucos prédios e os carros eram tão resistentes e arrojados...
Seus olhos fechavam e suas lembranças lhe tomavam, eu podia ver a emoção com que ele lembrava do inicio da sua jornada na cidade paulista. Os mais experientes e maduros sentem essa vontade de passar experiência para os mais novos, e eu achava aquilo necessário, o homem deixa registrado suas conquistas e métodos, e assim que evoluímos. Imagino um mundo onde a cada geração começasse do zero, não saberíamos o que é swing, nem sessenta e nove ou amante, mas esse senhor... ele tinha muita historia pra contar.
- Minha primeira namorada eu fui ter aqui, aquela guria dos cabelos pixaim, me deixava louco. Ela costumava usar lenços na cabeça -  seus olhos brilhavam olhando o nada – sinto a falta dela.
- O que aconteceu com ela, senhor?
Ele parou de fitar o horizonte e baixou os olhos, esfregava o dedo indicador no polegar incessantemente, como se tivesse com pensamentos ruins na mente, e tentando se afastar sem sucesso me disse:
- Rapaz, rapaz... não me faça lembrar! – brandiu aumentando o tom de voz.
Eu não sabia que ele iria se irritar tanto ao falar daquilo, levando em conta que fora ele mesmo que tocou no assunto.
- Me desculpe, senhor... eu ...
Ele me interrompeu.
- Está tudo bem, fora duro quando eu a perdi. Sabe, naquela época não tinha essas bugigangas que vocês tem hoje, era tudo na base da carta e do acaso, e como era caro e não tinha muito acesso a elas, eu não consegui mantê-la por perto.
- Eu sinto muito...
O sinal da porta do vagão soou, e alguns passageiros saíram, mas muitos outros entraram, naquela hora da noite não se via crianças, só senhores brancos e solitários e alguns jovens voltando de suas faculdades e trabalhos, isso era a edificação do nosso futuro, os inseridos no sistema necessário, as engrenagens da grande maquina.
- Mas fora melhor assim, ela queria ter filhos e eu não podia ter filhos negros...
Eu não soube como reagir com o tipo de pensamento do senhor, não esperava aquela atitude racista. Mas ele continuou:
- Pois os negrinhos seriam lindos, e ela dizia que se mudaria para a Bahia e eu não viveria sem eles, mulheres... sempre vão embora.
- Eu concordo plenamente – respondi aliviado.
O sinal do vagão tocou novamente, ele se endireitou com sua bengala marrom estilo clássico:
- Foi um prazer meu rapaz.
Se despediu e foi lentamente saindo da minhoca de metal, a porta fechou e segui para Butantã, logo terminaria toda aquela viagem ao outro lado da cidade.
...
Cheguei ao portão dela. Seus cachos eram chamativos, eu conseguia identificá-la de longe só por eles. Me aproximei e a beijei, sua boca ainda estava seca, seus lábios se comprimiram com o meu, umedecendo na medida em que minha língua rodeando o céu da sua boca, resvalava na parte inferior mais carnuda da sua boca, em poucos segundos estávamos nós dois de lábios quentes e molhados.
- Vamos entrar, está tarde – ela disse me abraçando.
Deixei que ela fosse na frente e meus olhos foram guiando seu quadril redondo naquele short bege apertado. Ela subia os degraus suavemente, como se tivéssemos a noite toda, e eu a seguia com o tesão de mil noites sem foder, mas não passava de horas.
Entramos na sua casa e eu levei o vinho para a geladeira, ia demorar alguns eternos minutos para gelar pelo menos a essência do álcool mas ela tinha outro guardado, já quase no final. Abri a geladeira e olhei para a repartição de baixo, era onde ficava geralmente as bebidas, o outro vinho estava lá, me esperando, assim como o filho espera o pai na escola com aqueles olhos de quem quer atenção antes de ir pra cama, e eu o peguei no colo, Saint Germain, um delicioso Merlot, meio seco das castas nobres da serra gaúcha. Coloquei-o na mesa enquanto ela ligava o rádio.
Acsa, morena de baixa estatura, esbelta e de quadris redondos e formosos. Professora de biologia  que fora morar sozinha para buscar sua independência, estava se achando muito sozinha até que eu apareci, e pronto, a cama de casal, o jazz e o vinho estava no momento certo para fluir.
Peguei duas grandes taças perto dos talheres e trouxe preso nos dedos, Acsa me surpreendeu com um beijo inesperado. Juntei o corpo dela ao meu com a mão esquerda que estava livre e depositei cuidadosamente os copos perto do vinho. Envolvi minha mão direito na sua nuca e estiquei minha língua para brincar com a dela.
Seus gatos miavam bem baixinho ao nosso redor e seu pescoço já estava penso para o lado quando minha boca se descolou da sua e passou levemente pela bochecha e encontrou a orelha. Mordisquei a pontinha dela e desci para o pescoço usando a língua para arrepiá-la. Tive sucesso e então parei. Peguei o vinho, tirei a rolha e despejei meio a meio nas taças, ela ficou me olhando como quem queria mais, e iria ter.
O saxofone era lento, o musica com certeza sabia o que estava rolando naquela casa, e ia me ajudar. Nós estávamos entrelaçados em beijos e eu a conduzi cegamente para sua casa. Ela encostou a perna na beirada e sentou. Eu a puxei e sentei no seu lugar, passei minhas mãos por suas costas peladas e tirei sua camisa. Seus cachos derramaram sobre seus ombros e o perfume deles me envolveu, que num momento de ternura apertei seus braços e soltei seu sutiã, cai de boca nos mamilos negros que ficaram pontudos com a minha língua.
As paredes pareciam exalar fogo, nossas peles começavam a suar e eu a joguei na cama, ela deitou e abriu as pernas torneadas. Beijei desde sua batata e fui subindo para suas coxas, deixando rastros de salivas e então cheguei a buceta. Passei a língua em torno dela para ver seus espasmos de prazer e então suguei os lábios superiores e num estalo soltei. O clitóris estava aparecendo, fitei-o por um estante com muita admiração e o engoli com calma, massageando-o com a língua dentro da minha boca. Ela molhava todos nós.
Os gatos pulavam da mesa para cima do guarda-roupa onde ficavam durante a noite inteira. Lá fora as nuvens iam se dissipando do céu, o jazz soava tão bem como nunca, as taças estavam em cima da estante de frente a cama, e eu retornei do oral para beber um pouco.
Peguei minha taça e virei, peguei a dela e a ofereci, torcendo para que ela virasse também, e tivéssemos uma noite sem limitações. Ela virou e eu fiz menção a enchê-los de novo mas não era hora. Baixei minhas calças e montei em cima dela, entrou deslizando com um leve atrito que o deixou ainda mais ereto e ela soltou um gemido.
Enquanto a guitarra tentava acompanhar a bateria, o saxofone gemia sutilmente no fundo da banda, Acsa rebolava com vontade em cima de mim, e meus olhos começaram a revirar na orbita. Ela notou que estava acabando comigo e para finalizar flexionou as pernas e começou a sentar com força no meu pau. Eu quase que não aguentei, ela pensou que tinha algo de errado.
- Quer que eu pare? – me perguntou preocupada.
- Claro que não, continua!
Ela continuou me detonando, o jazz também não quis parar, os gatos miavam de vez em quando e a noite cada vez mais quente.

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