domingo, 14 de junho de 2015

Crônica - Pós sexo









Cabelos desdenhados, pele úmida e mal cheirosa, partes intimas meladas e dormência nas pernas. Esse momento é o mais glorioso da vida terrestre. Dizem que após o sexo a pele brilha alá Edward do Crepúsculo ( uma fada madrinha ), mas não, a pele infelizmente não reluz, nem mesmo aquelas pessoas que são de ouro, mas muitos homens hoje em dia, se derrete e da o anel, entretanto, voltaremos ao assunto. Quando os corpos cessam fogo, e as costas e pernas e braços se esticam no lençol suado e desarrumado da cama, é que vem o momento ideal para saber qual seu grau de intimidade com aquela pessoa. Muitos, e esses eu tenho pena, logo em que vêem o parceiro deitando para aquela descansada olímpica parte em direção ao banheiro como se tivesse tido uma desistiria fodida, pensando que ninguém vai notar sua ausência, ou que ele nem precisaria ficar ali ao lado do outro mesmo. Isso é uma falta de respeito, não sentir o odor do sexo juntos, aquele cheiro tão inspirador, que por muitos outros momentos pode ser julgado como mau-cheiroso e nojento, mas que na hora certa é a colônia dos céus. E por falar é céus, não tem nada melhor do que aquela foda bem dada que seu coração fica a mil e de repente o gozo vem e você continua ali, firme e forte, naquela sinfonia harmônica de gemidos enquanto o limite já fora ultrapassado e então nós homens nos sentimos a nova potencia mundial, com energia nuclear para destruir países, ou até mesmos continentes numa rajada tsunamica de sêmen.

Outro cara que muito me agrada, pois é aquém eu me assemelho é o nahora, ele simplesmente começa o ritual preliminicio, e logo quer enfiar os negócios e ir para os finalmentes, caso ele não tiver uma companheira compreensiva e que dose bem a transa, meu amigo, ele ta no brejo. Dado a largada, ele supri as necessidades mais básicas do corpo para a lubrificação natural e mete, empurra, soca, arde em chamas e fica ciente de que daqui a pouco o gozo viria, e mal brincaram, mas ele tem suas técnicas de segurar e adiar o momento final. Faz praticamente de tudo, dá aquela paradinha prejudicial as mulheres, porque se formos analisar, sempre quando o homem precisa parar a penetração para dar aquela segurada primordial na ejaculação, é geralmente o momento em que ele esta no ritmo certo, levando ao mulher no seu ápice, e retirando a benga dos cadundós da traseira feminina, acabamos com todo aquele prazer gostoso de ser ouvido e prestigiado, mas ou é isso ou é game over nas primeiras fases, meu amigo.
     Eu sei que minhas frases são confusas e que não faço um bom uso das palavras, mas tem que ser dito, essas verdades anônimas guardadas apenas pelos mais celebres escritores do bom e velho erotismo, pornochanchadico e boca suja pode oferecer. Estamos entrando – e já faz um bom tempo – num mundo literário e teatral que retira toda a graça do que se era ler sobre sexo. Eu não estudei o motivo ao certo, mas transformar uma linda e gloriosa foda narrada com todas as suas peculiaridades, perversidades, malicias, palavrões, maldizeres, mentiras, sátiras, personificações entre outros aspectos que deixa a cena real, apesar de muitas serem reais. Ah, meus queridos e velhos mestres do Erotismo, Nelson Rodrigues, com suas perolas “nenhuma mulher gosta de apanhar, só as normais”, é claro que ele dizia isso referente a quatro paredes em meio de muito tesão envolvido, homem que é homem sabe que em mulher não se bate nem com uma flor, ainda mais se tiver espinhos, machuca qualquer indivíduo. Ou então com sua visão esplêndida sobre os mais novos criolos “O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da inexperiência”, e nisso ele resume uma gama que não só é totalmente imatura como estufa o peito e abre a maldita boca para contar vantagem, e se dizer experientes e maduros para as gazelas de plantão. Claro que as mais novas ainda acreditam, as da mesma idade não estão nem aí, as mais velhas engolem porque querem engolir muitas outras coisas, e as que tem o dobro da idade deles, bom, essas talvez só eu tenha conhecido, e elas, meu amigo, sabem de tudo, assim como nossas mães, e é por isso que não da certo. Muitos pensam que é julgar pela idade, coisa que eu nunca fiz e nem farei em toda a minha vida enquanto estiver vivo, mas é que convenhamos, estar com uma mulher mais madura e vivida e ao mesmo tempo lembrar de sua mãe, com um gesto, palavra ou pensamento que se assemelhe broxa qualquer um, por mais cabra macho que for, ou existe algum homem em sã consciência que já teve fetiches com a própria progenitora?

Então, para a infelicidade dos novos leitores do ano 2000, eu só lamente. Nasceram sem poder contemplar o glorioso e eterno Deus da safadeza, o velho Buk, codinome BUKOWSKI, Charles Bukowski, palmas, muitas palmas! Ele que nos deixou fisicamente no ano de 94, reinventou o cenário erótico e mostrou que se pode construir um império literário sem precisar de formalidades entediantes e que poderia fazer do seu texto o que bem entendesse, sendo que usaria as palavras certas, e expressaria a sua filosofia alcoólica, que não era melhor do que a de ninguém, somente a dele, do boêmio, mal-humorado, ante-social e genial safado do século. Me arrisco a dizer isso, tanto Bukowski quanto Xico Sá sabiam da importância do pós sexo, Xico Sá ia até mais além, nos dizendo sobre a essência do cheirinho que fica no ar, ah, momentos que não voltam mais! Fodas que se perpetuam na memória, e só outra tão boa quanto para desenraizar aquela saudade da fogueteira que era pau pra toda obra e mal sabia eu que teria valida se não cuidasse bem dela.



2 comentários:

  1. Leio seus textos direto brow, vc manda muito bem, é direto e fala bem detalhadamente bem sobre cada detalhe, parabéns por tudo! :D

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado! Por favor, se identifique! hahahahahaha.
      Ficou imensamente feliz em saber que consigo passar a ideia adiante!!
      um abraço, muita cerveja, sexo e continue lendo!

      Excluir