A grande diferença entre o dia e a
noite, é que na noite eu consigo ouvir a alma dos pássaros, enquanto de dia
apenas o seu canto, mas mesmo assim continua sendo assustador como eles
sempre estão cantando. Escritores não estão escrevendo sempre, e se
estiverem, tome cuidado com os livros desse cara, ele não deve ser dos
melhores. Um profissional deve ter o dom naquilo que ele faz, e o Dom não
quer dizer produção em massa, e sim habilidade, paixão, facilidade e etc. O escritor
que está dia e noite escrevendo, que passa a semana inteira diante da
máquina, que perde os finais de semana com a família e amigos para ficar na
sua criação, que não dorme e por ai vai: esse cara é maluco, sem dom, só
maluquice e pretensão, com certeza.
Dê um tempo pra si mesmo. Aprenda o
relógio da sua criatividade e descubra qual seu verdadeiro dom. Cada um de
nós tem vocação pra alguma coisa, mesmo que for catar merda, se tiver o dom
para isso, será o maior catador de merda de São Paulo, e isso é muito
difícil, a concorrência é enorme.
Eu estava diante do teclado, só que
me parecia um túnel sem fim. Eu queria ver a luz, ah se queria! Mas minhas
pernas não conseguiam andar até o final, não tentei só que conheço minhas
pernas. Quem é que não conhece o corpo de um preguiçoso? Ele simplesmente
trava, fica imóvel como se tivesse sido congelado ou algo do tipo.
Peguei minha cerveja, estava cheia,
quase criando dengue. Bebi um bom gole, puxei o teclado para mim e decidi
desafiá-lo. Era uma luta injusta, ele tinha muito mais botões do que eu de
neurônios. A maconha estraga uma pessoa se ela a abusar, nunca estupre a
marijuana.
Não tinha chego o horário do
almoço, minha barriga não dizia nada sobre fome. Joguei mais cerveja na
garganta, estacionei a garrafa perto do teclado, estava encarando meu
adversário, com um medo tremendo de dar o primeiro soco, eu podia sentir que
seria nocaute, sem chance para o Vitoriano.
Se você tivesse apenas uma vida, o
que faria dela? Para quem dedicaria? Quem seria digno de andar do teu lado?
Qual o corajoso que seguraria tua mão? Ou, quem seria o paciente que
esperaria o sinal abrir para passar, e que puxaria a cadeira para o você
sentar? Se eu tivesse apenas um vida quanta coisa eu não faria... e quanta
coisa eu faria! Escreveria todas elas, e cantaria uma canção lenta e das
boas, meio moderna para continuar tendo muita vida, como:
“When your legs don't work like
they used to before
And I can't sweep you off of your
feet
Will your mouth still remember the
taste of my love
Will your eyes still smile from
your cheeks”
Canções que falam do passado como
se estivesse tão distante assim. Letras que retratam o parceiro sem ter
forças mais para andar, e o nosso ombro vira muleta, nossos braços são os
maiores apoios, e a boca ainda sentiria o mesmo sabor que foi o primeiro
beijo.
Levantei minha garrafa para o auto
e balancei a cabeça, as ideias estavam chegando, em pouco tempo elas estariam
batendo na porta da minha alma e pediriam com jeitinho pra poder sair, sair,
sair pelos meus dedos, minhas entranhas, vinhas do ódio, ah querida! Está
para chegar e eu mal sei o que fazer na verdade. Quando frases se formam no
papel, é o mesmo que a voz de Deus dando vida a suas criações no inicio da
terra. A cerveja estava fazendo efeito, peguei outra, me sentei de volta,
ouvi:
“Darlin' I will be lovin' you
Till we're seventy
Baby my heart could still fall as
hard
At twenty three”
Me parecia tão certo gostar tanto
assim de uma mulher. Passar uma vida ao lado dela e continuar gostando até o
último luau, mesmo que dentro de um hospital pouco iluminado, com todos
aqueles aparelhos apitando até que o som do eletrocardiograma ficasse num
mesmo tom, plano e sem vida. Que essa lagrima não fosse em vão, e que ao cair
sobre a pele de quem já foi, o chamasse de volta a vida, só para dizer que o
meu coração se apaixonaria da mesma maneira de quando tínhamos nossos
dezenove anos.
Acabou a cerveja, procurei outra
coisa pra beber nas divisórias da geladeira, não tinha nada. Fechei, fui até
o armário e empurrei o saco de arroz, saiu da minha vista e apareceu uma
garrafa de vinho tinto, caseiro, sem conservantes, peguei, abri a rolha com a
mão, voltei para a cadeira e sentei diante do meu adversário,W A S D. Quem
conhece essa sequência? Ou melhor, QWERTY. Eu não me sentia tão bem com tanta
tecnologia, preferia estar nos anos 80, com uma bela maquina cinza,
empoeirada, toda enferrujada e barulhenta. Queria produzir o som da
verdadeira criação, lembrar com nitidez das mulheres que passaram na minha
vida, daquelas que beijaram minha boca e cuspiram pelas minhas costas. Ou
então as que dormiram na minha cama e depois pularam para outra num raio de
um dia ou menos. Mas não me esqueceria das que se abriram comigo, e me viram
me abrir, e depois cavaram suas próprias sepulturas e se mandaram com todos
aqueles momentos que seriam inúteis, se não fosse dividido com a alma certa.
Mas que culpa a alma tem? Ou o espírito? Tentativas e acertos, essa é a
sequência.
É engraçado. Peguei a taça no fundo
da estante, joguei água nela, estava cheia de teia de aranha, quanto tempo
fazia que eu não usava mais as taças do meu noivado? Coloquei vinho até
encher por completo, ficou lindo a imagem, cristal pintado de vinho até a
boca. Peguei com cuidado, com os dedos por de baixo da protuberância côncava
da taça, como nos filmes. Voltei para o teclado. Bebi, um gole bom, queimou
minha língua, a garganta e desceu para o estomago, ótimo, era doce e dos bons.
Os meus transes particulares não
tinham origens fixas, as vezes bastava uma garrafa de Budwaiser, ou um tapa
que fosse, um trago de Malboro vermelho, um adeus para nunca mais. Dessa vez
bastou tirar a rolha daquele vinho que voalá, me sentia bem, como que pronto
para começar qualquer coisa que viesse. Pode descarregar, quem é que for aí
em cima, comandando a porra da existência, cara, vocês não sabem o que fazem
com a gente aqui em baixo, raramente acertam, mas tudo bem, a culpa é nossa,
a culpa é minha.
O telefone tocou, me tirou do meu
mundo partícula.
- Alô?!
- Victor Vitoriano?
Era voz de mulher, uma garota pra
ser mais especifico.
- Sim, acho que ainda sou.
- Desculpa ter ligar assim, de
repente. Só queria dizer que eu li o teu livro, gostei bastante do que
escreve, mas fiquei com muita vergonha de falar com você, porque eu sou
mor... sei lá, e você parece ser tipo... uau. Credo, eu falo muito, me
desculpa.
- Ta tudo bem, procura coisa melhor
pra ler. Te indico Bukowski.
Merda, devo ter sido grosso.
- Bukowski eu não conheço, mas eu
vou procurar sim – fez silêncio na linha – estou te atrapalhando?
- Não, não estava conseguindo
escrever, foi bom que tenha me ligado.
- Ah, volte a escrever então, não
quero atrapalhar, sério.
- Porque você não vem até aqui? To
precisando conversar, pode me ajudar.
- Tudo bem.
Passei o endereço a ela e fiquei
esperando. Tomei mais vinho, fui até a janela, lá fora estava tudo claro, não
era o melhor clima para uma visita feminina, mas o que eu podia fazer? Como
eu disse, os caras lá de cima não acertavam uma. Ela chegou, bateu na porta,
era como pássaros tocando na madeira, suave.
Abri.
- Oi, eu sou a Ana, esqueci de me
apresentar antes!
- Não tem problema, entre.
- Com licença!
- Rodou a cidade, obrigado por ter
vindo.
Fechei a porta.
Olhei nos olhos dela, usava óculos,
deixei que meu corpo fosse. Agarrei-a, beijei, ela me beijou. Dançamos
lentamente com a cabeça e mandíbula. Segurei na sua nuca, aproximei meu
corpo, esquentou, girei para o outro lado, bom encaixe.
“I'm
thinkin' bout how
People fall in love in mysterious
ways
Maybe just the touch of a hand
Me, I fall in love with you every
single day
I just wanna tell you I am”
Bebi da taça, ofereci a ela.
- Eu não bebo vinho, aliás, nem
conheço sobre.
- Só um gole, você vai gostar.
Bebericou, sem muita vontade, me
aproximei e a beijei de novo, com o gosto da uva, era bom.
- Vem cá.
Segurei no braço dela e a levei até
meu quarto. Estava tudo escuro, ela andava devagar. Fechei a porta e tudo
ficou meio azulado, depois passou a cinza e estabilizou. Me juntei a ela de
novo, peguei na sua bunda, encheu minha mão. O beijo se intensificou, tiramos
nossas roupas. Coloquei ela na cama, beijei seu corpo de cima a baixo. No
meio das pernas, me deixei estar ali dentro, massageando com a língua. Ana
segurou meu cabelo e me puxou, entendi o recado, montei em cima e penetrei.
Deslizou em câmera lenta, as bordas
molhadas, as paredes quentes, foi se apertando, estreitando até entrar toda a
estrutura peniana. Era bom estar ali dentro, mas entrar e sair era ainda
melhor.
“So honey now
Take me into your lovin' arms
Kiss me under the light of a
thousand stars
Place your head on my beating heart
I'm thinking out loud
Maybe we found love right where we
are”
Senti uma vontade louca de
abraçá-la. Abracei e beijei. Continuei metendo, de forma lenta e proveitosa.
Minhas expressões ficaram estranhas, estava difícil esconder o tesão e todo
aquele fogo.
- O que está pensando? – perguntou
Ana.
- Eu não sei dizer.
Metia de forma lenta, com os olhos
fechados. Ana mordeu os lábios. De vez em quando abri e encontrava com os
dela. Me olhando, sempre fixos em mim.
- Me fala você, o que ta pensando?
– retruquei.
- Eu perguntei primeiro, hahaha.
Sorrimos. Meti forte, ela gemeu. Se
contorcia e ao mesmo tempo dançava sobre o meu quadril. Ela sabia como fazer.
- Acredita que eu estava oito meses
sem ninguém, dois meses sem fazer nada, e você foi o único que foi tão rápido
assim? – disse Ana.
- Mérito meu, e das merdas que
escrevo.
Sorrimos.
- Pode se dizer que sim.
Gemeu. Gemi. Quente. Úmido. Um bom
lugar para se estar. Abracei-a. Nossas bocas não se separavam. Sorri, ela me
encarou:
- Porque está tão feliz assim? Deve
fazer isso sempre com suas fãs.
- Não é bem assim, não sei o que
está acontecendo, mas é diferente, ta muito bom.
Ana balançou a cabeça. Se levantou
e sentou por cima. Seus movimentos eram todos calculados, nunca tinha atrito
ou confusão em como ia se mover. Sentava como ninguém, rebolava,
sempre devagar.
“I'm thinkin' bout how
People fall in love in mysterious
ways
Maybe it's all part of a plan
I'll just keep on making the same
mistakes
Hoping that you'll understand”
Coloquei-a de quatro. Sua bunda
tinha uma forma bem peculiar. Não era gigante como as mulheres da TV, mas
tinha formato arredondado, e podia encher uma mão, vestir bem numa calça e
curvar um vestido. O tamanho ideal. Coloquei, fiquei admirando o quadril, as
pernas grossas.
A porta de casa abriu, entraram.
- Caralho. – exclamei.
- O que foi? Quem chegou?
- Minha mãe veio limpar a casa. É
só não fazer barulho, logo ela vai embora.
Nos deitamos e ficamos nos tocando.
Sem fazer barulho. Eu não consegui deixar ela de lado e nem parar de tocá-la.
Estranho. Minha mãe estava limpando a cozinha, depois foi pra sala, mais
longe do quarto.
- Vamos para o chão. – eu disse.
Coloquei o coberto no assoalho e
nos deitamos. Deixei que ela fosse em baixo e montei em cima de novo. Entrei,
e era como a primeira penetração. Fechei os olhos, deixei o corpo ir e vir,
era bom, uma das melhores sensações.
Quando eu metia, o violão apoiado
no meu armário balançava. Estava me infernizando, alcancei ele e o coloquei
na cama. O barulho parou. Meti com vontade. Ela gemeu, sua voz era calma e
gentil, me enchia ainda mais de tesão.
“That baby now (ooh)
Take me into your loving arms
Kiss me under the light of a thousand
stars
Place your head on my beating heart
I'm thinking out loud
Maybe we found love right where we
are”
- Deixa eu ir em cima. – Disse Ana.
Ela montou, já não fazia mais tanto
barulho. Estávamos camuflados. Tentaram abrir o quarto, paralisamos. Sorrimos
baixinho.
- Ela já ta indo embora – eu disse
– pode continuar, não para não.
- Você tem um autocontrole de dar
inveja.
- Mas ta difícil segurar, viu?
Sorrimos, ela quicou, quicou,
quicou. Segurei seu quadril para não gozar. Não queria que parasse. Nos
levantamos e voltamos pra cama. Abri suas pernas e cai de boca. Claro, só com
a língua, de forma singular na testa da buceta, bem em cima do clitóris,
massageei até ele aparecer. Pronto, o engoli, ela segurou minha cabeça,
chupei-o até rosar.
Ana gemeu alto. Contornei com a
língua pontuda em volta do clitóris, e o suguei de novo. Ela se enterrou na
cama, esticou as pernas e estremeceu. Soltei-o lentamente, estava toda
molhada e cheirando forte, o aroma do sexo.
Me olhou, extasiada e sorrindo.
- Deita aqui... – disse Ana.
Atendi o seu pedido. Me deitei. Seu
corpo branco e pequeno sentia as contrações do orgasmo. Me excitei. O que é
que não em excita?
- Minha vez de gozar. – protestei.
Olhei-a nos olhos, era difícil não
fazer isso.
- O que está pensando? – me
perguntou.
- É melhor eu não dizer.
Meti fundo, ela gemeu. Olhei teus
olhos fecharem e seus lábios serem mordidos. Deitei meu corpo sobre o seu,
tudo esquentou, segurei na cabeceira da cama e empurrei, ela me abraçou,
abriu bem as pernas e facilitou as metidas. Aumentei a velocidade, ela gemeu
no meu ouvido. Tirei, bati e gozei. Cai exausto do seu lado. Na verdade, teve
muito mais, só que daria muitas páginas, e ainda falta mais pra contar.
“Baby now
Take me into your loving arms
Kiss me under the light of a
thousand stars (oh darlin')
Place your head on my beating heart
I'm thinking out loud”
- Preciso ir, tenho uma festa hoje a noite. – disse Ana.
- Pensei que ficaria.
- Se eu pudesse eu ficava, juro, mas marquei faz tempo com minhas amigas,
preciso ir mesmo.
- Ah sim, tudo bem.
Nos vestimos. Peguei o vinho, bebi. Já estava escuro lá fora. Fomos até o
metro, a casa de Ana era ali perto. Eu tinha uma apresentação naquela região,
ela tinha que ir pra sua festa. A deixei na esquina de sua casa com um beijo
de “até logo?”, e ela se foi. Virou as costas e desceu a rua, de maneira
independente. Por algum motivo senti raiva daquela independência, amaldiçoei
todas as mulheres que a tinha, principalmente aquela baixinha. Minha fã?
Coisas que acontecem de forma tão rápida, como lidar?
Cheguei na minha apresentação. Era um bar dos burgueses. Fui pela falta do
que fazer mesmo. E já que estava perto. Sentei, peguei meus poemas. Amassei e
joguei longe, não ia ler aquelas porcarias, tinha outra ideia em mente. Me
levantei e fui até o microfone.
Todos me olhavam, como se esperassem algo bom de mim, pareciam mandar no bar,
nas pessoas, nos artistas, nos pés-rapados, em mim e no mundo todo. Queria
vomitar na cara de todos.
Fiz menção a falar algo, travei. Precisava de um trago, pedi um minuto e
voltei a minha mesa. Peguei a garrafa e entornei. A cerveja estava gelada,
mas não era o bastante. Vi um Jack e gelo. Juntei os dois, e mandei três
doses para dentro. Fiquei lúcido finalmente.
Voltei ao microfone, para meu publico, meus chefes, os donos do mundo. Procurei
no meio de todas aquelas cabeças e olhos, os pequenos e negros de Ana. Não
encontrei. Me contentei. Segurei o microfone, começou.
- Eu estava com alguns poemas, todos ruins, joguei tudo fora – falei, todos
vaiaram – calma, calma, ainda pode piorar – continuei – preciso falar uma
coisa pra todos vocês.
Algum filho da puta colocou luzes no meu rosto. Embaraçou minha vista, me
sentei, sentia tudo girando. Voltei a falar.
- Um dia, algum de vocês estará cansado de tantas decepções. Com o peito
cheios de cicatrizes, desacreditados nas pessoas, no Amor, naquela fase
revoltada em que entramos. Tudo bem, ela sempre chega, sempre nos
decepcionaremos. Mas, mal sabemos que aqui por perto pode ter o plano certo
para investirmos. As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas, talvez
isso seja parte do plano, e se pensarmos que é um erro... porque não errar
até acertar? Se isso acontece comigo, eu continuaria a cometer os mesmos
erros, esperando que essa pessoa entenda e que me abrace com os braços de
amor, e pare de questionar enquanto tem estrelas lá fora, e um bom lugar para
se dar um beijo. Bons ouvidos para ouvir nosso coração batendo, ele sempre
bate, é natural, mas tem vezes em que ele dá sinais, bate bem mais depressa,
como se fosse sair pela garganta, ou explodir dentro da gente. Pode ser que
isso seja um pensamento, eu posso estar pensando alto, confesso, mas, e se...
como posso dizer? – fiz silencio, busquei as palavras – Talvez tenhamos
achado o amor bem aqui, onde estamos. Ou melhor, como as poesias, como o
brilho que acaba de nascer. É possível, e de repente, Nós achamos o amor bem
aqui, onde estamos. Todos nós, inclusive eu.
Ana estava no meio deles. E a música logo atrás.
“Maybe we found love right where
we are
Maybe we found love right where we
are
And we found love right where we
are”
Terminei. Peguei a garrafa de Jack e
sai. Não esperava nada de ninguém, elas chegam até nós. De maneira natural.
Eu simplesmente deixei a porta aberta. Talvez achamos o amor por onde
passamos. E quem dizer que não, é porque não viveu aquela tarde. Não esteve
sobre aquele teto, e nem sorriu para os olhos que cintilavam. O coração
queria sair do corpo, se desprender de tudo que o impedia de bater ainda mais
forte. Asas. Vôos. Volte pra casa. Para o seu lugar. Tem amor bem aqui.
Me afastei do teclado, tinha escrito com paixão finalmente. Tinha paixão por
perto. Abri mais uma garrafa, despejei mais no copo, mais uma dose.
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