Este é o lançamento do meu sexto livro, quero agradecer aos meus 27 mil leitores e seguidores!!
Feito fumaça
Eu sou feito
fumaça, queimo tão quente na brasa e subo para o céu e me disperso no ar, mas
antes de sumir alguém me inala, e isso faz mal ao pulmão e também ao coração.
Me desfaço continuamente na atmosfera sumindo diante dos olhos, mudando do
cinza para o branco e então transparente, a cor da distancia e da saudade. Inexistente
ao contato físico.
Você deve ter se divertido enquanto me
ensinava sem notar o que era intensidade. Aprendi a tragar o cigarro num quarto
de motel ao seu lado, naquela noite de quinta-feira cansativa, e tão única por
ser a nossa quinta. Ficamos juntos a noite toda e ter acordado com o seu bom
dia mudou tudo no meu pensamento. Te senti bem mais aqui dentro, e sozinho na rua eu
cantava e ensaiava passos de valsa ou qualquer outra dança contemporânea que
fosse agarrado em ti.
Você era a minha metade, e sempre
continuará sendo, e isso eu soube no momento em que colocou sua mão suavemente
sobre minha perna, e disse com palavras doces que tudo ficaria bem, e que
naquele momento eu estava em boas mãos.
Ah, mas eu acreditei, de corpo e alma me
entreguei a mercê dos seus súbitos caprichos que eram tão poucos, quase
inexistentes. Sereia sem calda, de água doce e estridente. Fui hipnotizado pelo
seu cantar, me chamou convidando para entrar no mar e como o boto cor de rosa
me afogou sem piedade.
Ah, que morte tão desejada. Prazeres,
prato quente de janta depois de um porre daqueles, me forrava o estomago e
abraçava o resto do corpo externo. Por dentro era puro fel e por fora um
apaixonado sagaz.
Conheci tantas mulheres, mas é como só ela
tivesse me conhecido, me trouxe e prendeu em um paradoxo chamado raio de sol no
meio da noite. Longas e profundas noites, ao mesmo tempo tão poucas, madrugadas
acordadas e hoje vazias e isoladas. Ao mesmo tempo em que me preencheu
conseguiu me esvaziar e nenhuma culpa teve, afinal, quem é que manda no
coração?
Eu que dizia que nunca me apaixonaria, que
só me deitaria com rostos e em outros abraços me satisfaria pelo tempo necessário
para um peito magoado ficar acalmado, mas não, errei nas previsões e
entreguei-me as emoções desse amor devastador, ou melhor, avassalador. Agora vou,
vou queimar e voar, sumir no ar, se distanciar e se apagar no esquecimento,
assoprado ao relento, sou fumaça ao vento.
É vida, um dia ainda te pego.
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OBRIGADO!
Este é um fragmento do livro a culpa é minha!
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OBRIGADO!
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