sexta-feira, 20 de março de 2015

Conto - Dezesseis anos

ESTAMOS EM UM BLOG NOVO

Boa noite Leitores, trago este conto que terminei de modificar, e que investi algumas ferramentas de escrita um pouco avançadas pois me inspirei muito e precisei ocultar algumas cenas inapropriadas, mas sem ocultar a essência que esta historia traz a mim, e espero que apreciem. 

Dezembro de 2013
16 ANOS


Corpo pesado como uma âncora quando encontra terra firme para pousar e descansar toda uma tripulação de piratas. Boca amarga como um limão azedo pelo tempo, e coração batendo solitário feito uma estrela sozinha a brilhar no vasto e infinito universo. Atravessando um dia puxado, sem muito que contar, apenas lembranças ruins para lembrar, uma vontade que transbordava dentro do peito feito veneno querendo sair dos dentes, desejando atenção para suprir a carência deixada por tristezas passadas, querendo mais do que tudo a presença de quem ainda não conheço, mas imagino até do avesso e sinto saudade que não é mais novidade, querendo viver o impossível se for possível, irreal e inimaginável porque fui passado para trás sem notar, flutuando baixo como uma borboleta, sentindo os sinais do triste abandono amargurado em chamas ardentes e sua fumaça cinzenta que me causa tosse e náusea, com um baita de um arrombo no peito feito por bala de canhão, aberto pela falta de cumplicidade e compatibilidade do dia entre a noite mal dormida.

     Sem nenhum tipo de toque físico ou sentimental. As suas pequenas digitais tocaram a tela fosca do meu coração inerente no momento exato em que você apareceu tão distante, mas no fundo tão perto trazendo o esplêndido azul marinho do céu para mais perto da vasta escuridão de minhas vistas embriagadas. Seguindo a trilha mais visível dali, que tinha um caminho incondicionalmente na forma exata que procurei. Quem pode me dizer por onde vou pisar, se eu não tentar um passo após o outro no trilho das tentativas, assim irei escrevendo minha estrada.

     Vindo até onde eu estava me surpreendi. Você se aventurando nesta estrada de barro descalça, sem saber o que poderia encontrar pelo caminho, uma onça ou uma cobra e quem sabe uma bomba debaixo da grama seca. Tentou e cá estávamos juntos e abraçados, logo te observando de cima a baixo como se fosse comprar um produto a ser fatalmente analisado. Segundas intenções me dominaram completamente sem deixar uma ponta do meu corpo a ser controlada por um subconsciente consciente de algo, e não pude resistir à vontade louca que prevalecia diante de mim.

     Sua roupa no chão caiu contundente, você sorriu de uma maneira ardilosa que não foi preciso perscrutar sua solene vontade de brasa. A fluidez da química aparentemente tinha se dissolvido com sucesso, tudo ocorreu bem como o premeditado, e melhorei incontáveis vezes, ficando a dilapidar o frescor daquele momento viscoso, no entanto, em meio à balbúrdia de fumaças brilhei. Nunca imaginaria que essa mulher que me apareceu à porta de casa suplicando socorro, poderia ser tão nova a ponto de expressar inocência no olhar.

     Estava eu buscando um homizio interno para me abrigar, naquela tarde vazia como um estádio fora de época de jogo. O Sol fugaz já estava em fase permuta para dar lugar à Lua e sua luminosidade natural. Os minutos eram como horas perante a minha insensata ânsia de viver algo ainda não vivido. E, num piscar de olhos apareceu-me uma bela garota a procura de aventuras veridicamente. Dotada de uma estatura média, eram alguns centímetros menores do que eu, o que me fez parecer um gigante superior a todos. Seus fios de cabelo com um suave toque de química - quebradiço nas pontas – mostrando a ponta das orelhas brancas, talvez ela não tivesse visto o sol nas férias inteiras. Muitas espinhas semi espremidas e pós-espremidas no rosto que lhe fornecia um teor de adolescente rebelde, fugitiva dos pais em busca de prazer inócuo em terras desconhecidas. Seu vestido azul escuro expressava suas últimas tentativas de passar-se por uma garota madura a sua idade, uma árdua tarefa a se obter sucesso, ainda mais em uma fase de responsabilidade diminuta e maturidade escassa. O pedaço de pano não era longo e nem curto, mas deixando as pernas à mostra. Era um tanto quanto a la “dândi” do que vulgar, provocando-me sensações fleumáticas de ternura – vamos entrar logo para dentro – e por terra cairia este tecido azulado que era preso apenas por um nó feito a mão situado nas costas da garota de espinhas.

     Subindo as escadas “comendo” dois em dois degraus chegamos rápido a porta que dava à sala, o cenário da atual curra que iria se iniciar. Não fui capaz de engodar a minha voracidade em beijá-la com força, mesmo subitamente machucando-a sem querer, estava toda a mercê de meus caprichos que não eram ignóbeis. A pegada que lhe dei fora suscita para ganhar sua pele macia. Meus toques pernósticos em seu corpo de petiz me deixou em posição de domador e a cobri com meu calor. Logo encontrou em segundos a aventura que buscava quando entrou em contato comigo de imediato. Poucos segundos e minha campainha tocara, quem seria a não ser a supracitada? Foi um dia diferente dos demais, sem muito esforço conseguiu unir dois corpos em um, feito carne e unha, uma espécie de alma gêmea como a metade de duas laranjas se juntando após serem cortadas em simetrias correspondentes. No beijo um alarido de sentimentos ígneos disparados dentro da minha caixa de veias e sangue (coração). Com o sangue quente pulsando na testa e nos punhos, o movimento de vai e vem queimava cada centímetro do meu corpo, causando uma tremedeira sem admoesta nas pernas como se estivesse há dias sem comer. O cômodo era como uma sauna pequena e confortável, e aproveitávamos cada segundo desfragmentado do relógio possível. Durante muito tempo as horas pareciam não ter fenecimento e a vergonha ficou implícita diante dos dois corpos nus. Estavam fora dos meus planos, os seus Dezesseis anos.


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